Na incessante busca pelo tratamento eficaz contra a perda de cabelo, muitos se deparam com a promessa do Finasterida, um medicamento amplamente prescrito que promete retardar, e até reverter, a calvície masculina. Contudo, Dr. Asim Shahmalak, uma das maiores autoridades britânicas em restauração capilar, levanta uma bandeira de cautela. Em uma declaração recente, ele afirmou peremptoriamente que jamais trataria seus pacientes com Finasterida, devido aos sérios e potencialmente permanentes efeitos colaterais associados, especialmente no que tange à fertilidade masculina.
Segundo o Dr. Shahmalak, a despeito da eficácia do medicamento em retardar a miniaturização dos folículos capilares – e, por extensão, a perda de cabelo – os riscos são muito altos. "Entendo a desesperança de quem sofre com a perda severa de cabelo", ele disse, "mas é imperativo que as pessoas saibam que existem alternativas, como o transplante capilar, que não carregam os mesmos riscos".
Como atua o Finasterida? Este medicamento funciona bloqueando a produção de dihidrotestosterona (DHT), uma das principais causas da calvície masculina. Ao diminuir os níveis de DHT, espera-se uma redução na queda de cabelo e, em alguns casos, o crescimento de novos fios. No entanto, essa intervenção na produção hormonal pode ter consequências indesejadas, afetando a função sexual e a fertilidade. Os efeitos colaterais, que incluem diminuição da libido, disfunção erétil e problemas de ejaculação, são frequentemente desprezados nas campanhas de marketing, que visam homens em busca de uma solução rápida para a calvície.
Com a pandemia e o subsequente confinamento, houve um aumento expressivo nas prescrições de remédios para a perda de cabelo através de consultas virtuais. A impossibilidade de consultas presenciais, segundo o especialista, tornou mais fácil a obtenção de prescrições sem uma avaliação médica abrangente, contribuindo para o crescente número de homens expostos aos riscos do Finasterida. Apenas na Inglaterra, estima-se que cerca de cinco milhões de prescrições para medicamentos contra queda de cabelo sejam feitas anualmente.
Diante desse cenário preocupante, o Dr. Shahmalak apela para a conscientização. Ele encoraja os homens a procurarem conselho profissional antes de recorrerem a medicamentos como o Finasterida. "As promessas de recuperação capilar não devem ofuscar os potenciais perigos à saúde", ele ressalta, sugerindo que tratamentos alternativos, como o transplante capilar, podem oferecer resultados satisfatórios sem comprometer a saúde a longo prazo.
Em última análise, a mensagem do Dr. Shahmalak é clara: a perda de cabelo é uma condição complexa, que merece uma abordagem cuidadosa e informada. Antes de optar por soluções que possam trazer consequências graves e permanentes, é crucial pesar os prós e contras, considerando sempre a segurança e o bem-estar a longo prazo. Como sociedade, devemos também repensar a estigmatização da calvície, promovendo uma visão mais saudável e aceita da perda de cabelo, aliviando assim a pressão que leva muitos a buscarem soluções potencialmente prejudiciais.